Sons de Silício: Corpos e Máquinas Fazendo Música
Tese de Doutorado em Comunicação e Semiótica
de Fernando Iazzetta, apresentada em fevereiro de 1997.
Resumo:
A partir da década de 50, a difusão do uso de computadores
modificou nitidamente a produção em diversos setores da sociedade
-- da indústria aos meios de comunicação. No caso da
produção musical esse quadro não é diferente.
Especialmente durante os anos 80, com o barateamento da tecnologia digital
e o aperfeiçoamento e disseminação de programas específicos,
boa parte das atividades musicais esteve, de um modo ou de outro, conectada
a algum tipo de utilização de recursos de informática.
Hoje em dia, o uso de computadores na área musical está bastante
consolidado e já existe um substancial corpo teórico formado
sobre temas que cobrem desde discussões ético-estéticas
a respeito do papel do computador na música, até um vasto
número de estudos nas áreas de engenharia de hardware específicos
para a área musical. De fato, nos últimos anos inaugurou-se
uma nova fase na utilização de computadores dentro da produção
musical.
Essa fase caracteriza-se essencialmente pela aproximação
entre o usuário e a máquina e pela possibilidade de simulação
de processos musicais, via utilização de recursos digitais.
Essas questões introduzem, por sua vez, um tema que parece estar
profundamente ligado à produção musical atual e, de
certa forma, também à outras formas artísticas: os
processos de interação na música feita com computadores.
Embora a música sempre tenha sido, em sua essência, uma arte
interativa, a questão da interação se faz realçar
neste momento em função das transformações que
acompanham o uso regular de novas tecnologias eletrônicas e digitais
nas últimas décadas. O problema da interação
está intimamente ligado não apenas ao atual desenvolvimento
tecnológico que envolve a produção musical, mas também,
ao período de consolidação de novos paradigmas que
se processam dentro das linguagens artísticas de um modo geral após
um período de profusão de idéias e experimentação
que se distende entre o pós-guerra e os anos 70.
Índice da Tese
(Clique nos capítulos para fazer o douwnload em formato .pdf)
- Interação e Simulação nos Meios Eletrônicos
- A Máquina Geral e Múltipla
- Revolução Digital
- Música Digital
- Música e Ação
- Música, Corpo, Conhecimento
- Gesto Musical
- Do Gesto Instrumental à Acusmática
- Padrões Sociais
- Música Amplificada
- Instrumentos
- Música Gravada
- Olhando o Passado
- Vendo o Futuro
- Instrumentos e Interfaces
- Techno-Crenças
- Meta-Instrumentos
- Hiperinstrumentos
- Classificação dos Instrumentos Eletrônicos
- MIDI
- Interação
- Interface
- Interface como Metáfora
- Evolução das Interfaces Computacionais
- Interfaces Inteligentes
- Interação Como Processo Comunicativo
- Dinâmica da Interação
- Interação entre Pessoas e Computadores
- Interação como Semiose
- Sistemas Musicais Interativos
- Uma Visão Triádica
- Funções Interativas
- Idéias e Música
- Algumas Palavras Sobre o Virtual
- A Máquina Não Trivial
- O Ambiente de Programação MAX
- Música no Ciberespaço
- Gérmen e GenComp
- InterAto