Música: Processo e Dinâmica
de Fernando Iazzetta
São Paulo: Editora Annablume, 262 pp.
O livro Música: Processo e Dinâmica (1993, 262
pp.) baseia-se no texto de minha dissertação de mestrado realizada
no Programa de Comunicação e Semiótica da PUC-SP. Se
você tiver dificuldades para encontrá-lo, entre em contato
com a editora no endereço abaixo:
Editora Annablume
R. Ferreira de Araújo, 359
São Paulo - SP - 05428-000
Tel.: (011) 212-6764
Aqui você tem o índice e o resumo do livro:
Música: Processo e Dinâmica
- Apresentação
- Prelúdio
- Introdução
- A Música Dinâmica
- Estratégia
- Trilhando Novos Caminhos
- Capítulo 1: O Domínio da Complexidade
- O Encontro da Diversidade
- O Pensamento Moderno
- Música e Transformação
- Modelos Dinâmicos
- Sistema Musical
- História
- Sistemas
- Espaço de Estados Musical
- Flutuações Musicais
- Morfogênese Musical
- Evolon
- Mudanças
- Capítulo 2: Música e Tecnologia
- Música Automática
- A Fala e a Música
- Evolução Sonora
- Primeiros Passos
- Composição Automática
- Processos Caóticos
- Difusão Digital
- Natural/Artificial
- Novos Instrumentos
- Mudança de papeis
- Capítulo 3: Música e Tempo
- O Tempo Múltiplo
- Tempo Simbólico
- Percorrendo Caminhos Sonoros
- A Medida Musical
- Música Autônoma
- O Tempo Tonal
- A Modernidade
- Stasis
- Minimalismo
- A Medida Do Complexo
- Memória
- Nova Temporalidade
- Capítulo 4: Música e Espaço
- O Espaço Substrato da Música
- Diversidade Espacial
- Espaço Sonoro
- Novas Sonoridades
- Paisagem Sonora
- Ruídos, Silêncios, Contrastes
- Formas Sonoras
- O Universo Microtonal
- Música, Representação, Partitura
- Cenas Sonoras
- O Espaço da Tecnologia
- Espetáculo, Performance
- Experimentalismo
- Espaço Acústico, Arquitetura Sonora
- Novos Intérpretes, Novos Compositores
- Novos Ouvintes
- Conclusão
- Bibliografia
Resumo:Música: Processo e Dinâmica
Este livro está dividido em duas partes. A primeira apresenta uma
visão da música como sistema complexo e em constante transformação,
e de que modo essa transformação pode ser vista sem que se
caia num mero historicismo. Neste ponto introduzimos uma abordagem em termos
de evolução musical baseada numa perspectiva sistêmica
para investigar o processo dinâmico da música. O capítulo
intitulado O DOMÍNIO DA COMPLEXIDADE, trata do sistema musical em
sua totalidade e de sua inserção num contexto sociocultural.
Faz-se uso, aqui, de uma série de conceitos que não provém
da tradição musicológica, justamente na intenção
de promover novas abordagens. São feitas referências provenientes
de campos como a matemática ou as ciências em geral serão
invocadas na análise de processos histórico-evolutivos ou
gramaticais. Essa aproximação entre áreas tradicionalmente
distantes perpassa todo o trabalho de modo a promover um alargamento da
visão que se tem da música hoje.
A segunda parte do livro pode ser vista como a concretização
da visão proposta na primeira parte através da investigação
de três aspectos nem sempre considerados pela musicologia tradicional
- relações com a tecnologia, com o tempo e com o espaço
- mas que possuem um peso decisivo no pensamento musical da atualidade.
Estes três aspectos servem, então, de pretexto para a abordagem
da complexidade da linguagem musical e permitirão que se salientem
faces importantes desta linguagem através do confronto entre a produção
de diversos compositores e o substrato conceitual que embasa essa produção.
Os três campos de investigação vêm divididos em
capítulos. O primeiro deles, MÚSICA E TECNOLOGIA, não
possui a intenção de elaborar, meramente, um inventário
dos avanços tecnológicos que têm se agregado ao fazer
musical a partir do final do século passado com o surgimento das
primeiras gravações fonográficas, mas, antes, de investigar
toda a transformação que essa tecnologia veio gerar dentro
da linguagem e do pensamento musical. Como veremos, não se trata
apenas da introdução de novos recursos na atividade musical,
mas de uma real modificação desta atividade na medida em que,
a partir destas novas tecnologias, também se estabelecem novos procedimentos
composicionais, novas possibilidades de utilização sonora
e novas atitudes de escuta.
O capítulo seguinte, onde se relaciona MÚSICA E TEMPO, tratará
de como uma arte essencialmente temporal como a música se espelha
ou se opõe a outras concepções mais gerais do tempo.
Não irá se deter, portanto, na concepção do
tempo métrico da música tradicional, mas buscará conexões
entre uma temporalidade musical de caráter mais amplo (como as que
surgem com a introdução de novas maneiras de se organizar
temporalmente a matéria sonora) e outras visões temporais
trazidas, especialmente, pela ciência desenvolvida a partir deste
século (como a irreversibilidade e a relatividade).
Quase como um desdobramento do anterior, o capítulo intitulado MÚSICA
E ESPAÇO aborda uma questão raramente levantada na literatura
musical. Realmente, a temporalidade do fato musical e sua resistência
a uma fixação no plano espacial tende a suprimir qualquer
aproximação imediata entre a música e o domínio
do espaço. Entretanto, parece que a construção de um
espaço musical não representa apenas uma abstração,
distante da realidade musical, na medida em que este espaço pode
se manifestar de maneiras múltiplas, algumas das quais serão
investigadas neste ponto do trabalho.
Entre em contato via e-mail: iazzetta@exatas.pucsp.br